quarta-feira, 13 de agosto de 2008

“...use a prática de súplicas, orações, ações de graças, em favor dos homens...” I Tm 2.1


É fascinante observar Paulo, neste versículo, incentivando Timóteo ao amor altruísta. Amor oblativo, que tem estado ausente de nossas igrejas, nossos lares e famílias nesta sociedade hodierna. Quando se dirige a Deus em favor dos homens, não fala: “Timóteo, ore muito por você mesmo.” Roga sim pelos homens.
A alguns dias ouvi de um pastor a frase de um conhecido desportista americano e cristão que dizia assim. “Nunca estive uma hora orando, porém nunca passei cinco minutos sem orar”. A princípio não meditei muito sobre a mesma, porém anotei-a em minha agenda. Hoje, após refleti-la, percebi a importância de tal gesto. Não deixar passarem cinco minutos sem orar, é manter comunhão com Deus, é necessitar de sua companhia e presença tanto quanto o ar que se respira.
Marcos Witt em seu livro “Adoremos”, diz “...um dos momentos que o cristão mais mente é quando está cantando!” É curioso observar esta verdade! Ouvimos os cristãos contemporâneos cantando: “Senhor te quero, quero ouvir tua voz (...) te quero mais” todavia passam horas, dias, ou até mesmo semanas (se não for ao templo) sem dizer ao menos: Jesus, eu te amo! Há alguns dias um pastor também, amigo meu, disse, falando sobre oração e comunhão com Deus que se aquele decreto do Rei Dario fosse hoje (Que por espaço de trinta dias, não se fizesse petição a qualquer deus, ou a qualquer homem, a não ser ao rei Dario), muitos crentes nem perceberiam e, nem sentiriam faltas, conseqüentemente nem seriam lançados aos leões, pois ficam mais de trinta dias em orar; que dirá três vezes ao dia.
Oração é um meio de demonstrarmos nosso desejo de estar perto de Deus. Li uma citação do pastor luterano Valdir Steuernagel que, entre uma frase e outra, dizia assim “Nossos altares de ídolos estão lá fora... Mas também estão perto de nós... em forma de louvores desencarnados e expressões religiosas de mero consumo espiritualizante. Nas orações que só buscam o bem estar pessoal e o sucesso econômico”.
Nesta sociedade Pós-moderna, temos visto que é esta a dura realidade. Tem-se dado mais valor ao que se tem do que ao que se é. Todos querem ter, mais e mais! Esta migração da cosmovisão secular para dentro de nossas igrejas tem tirado o reconhecimento da necessidade de mudança, de crescimento e desenvolvimento espiritual. São líderes esquecendo-se de suas ovelhas menos abastadas e cuidando mais daquelas que tem mais a dar; membros renunciando sua vida de oração por algumas horas a mais no trabalho, por um ganho a mais, com o intuito de “ter”! Os minutos com Deus, o estar com Ele e o fazer de sua companhia uma praxe diária tem sido esquecido.
Achei interessante quando Stormie Omartian em seu livro “O poder de orar juntos” citou uma comparação que o Pr Jack Hayford fez sobre a oração. “Há pouco poder na chave de meu carro. O motor do carro tem poder, mas ele não funciona sem que a chave seja colocada na ignição. Em outras palavras, não tenho o poder de sair sozinho e correr 100 km por hora, mas tenho acesso a um recurso capaz de me fazer correr a esta velocidade. Jesus disse que nos daria as chaves do reino dos céus. A chave significa a autoridade, o privilégio, o acesso. Algumas coisas não serão ativadas, a menos que você as ative. Há coisas que não serão liberadas, a menos que você as libere. A chave não constitui o poder do motor, mas libera seu poder.”
Em um de nossos devocionais matutinos no Instituto onde estudo, tivemos a oportunidade de ouvir a palavra trazida a nós pelo o Pr Samuel Câmara, ele disse algo sobre oração que considerei importante: “A primeira oração que os discípulos fizeram foi logo respondida, e foi a mais simples das orações: Senhor, ensina-nos a orar?” Jesus os ensinou com a oração modelo que todos conhecemos: O Pai Nosso.
O mundo esta cheio de desafios novos a cada dia! Vivemos em um tempo que tudo o que é contemporâneo e relevante hoje, amanhã já pode ser obsoleto. A algumas décadas atrás, as coisas demoravam muito a mudar, hoje o que vemos é uma evolução tecnológica, moral e social alarmantemente veloz e cruel. Como dissera Robson Ramos em seu livro “Evangelização no Mercado Pós-moderno” “...caracterizam-se pela miniaturização, mobilidade e velocidade. E tudo é feito com um custo decrescente e facilidade crescente”. Enfim, tudo está correndo muito mais rápido que nossa capacidade de atualização. Se os líderes e seus liderados não tiverem uma vida baseada totalmente em oração constante. Acabarão em um fatídico momento, sendo balançados por todos os tipos de ventos de modas, doutrinas e pensamentos como um mar revolto. Nosso desejo de oração deve expressar nosso anseio por aquele que às ouve. Os pedidos expressam as prioridades de nossas vidas. O amor pelo que ouve nossas orações é demonstrado pelas prioridades da mesma. Oxalá nosso principal pedido fosse: Jesus coloca em mim sede, fome e desejo constante de estar em sua presença.
Jean Rodrigo Batista

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